Uma Última Vez

© Tindersticks


Sinto as tuas mãos agrestes
Afastando o meu, do teu peito,
Há muito perdeste as vestes,
Naquele só teu, belo jeito.

Meus lábios roubam-te um beijo
Molhado, apaziguando a revolta,
Mesmo não nos matando o ensejo
Perdura nas asas da reviravolta.

Pouco ou nada será diferente,
Nossos corpos sabem o caminho,
O meu, calará o teu demente,
O teu aguarda-me qual ninho.

Então dá-se a primeira estirada,
Abrindo-nos um novo horizonte,
Tu embainhando minha espada,
E eu, desbravando o teu monte.

Em uníssono somos ritmados,
Seguindo uma só direção.
Nós dois assim motivados,
A receber tamanha explosão.

Tão perto do fim a subida,
Que apaga então tod'o lume.
A vitória foi bem merecida,
Descansemos, então neste cume.


Da Cruz Francisco

1 comentários:

Pagliaccio disse...

O dia em que Bocage pouco ousou.

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