No Velho Coreto Abandonado

No velho coreto abandonado,
Mais um marco, uma vitória.
O momento ficou gravado
E ecoará p'ra toda a história.

Deslizámos no frio prado
Onde se cumpria tradição,
Já longe do chão molhado
Ouvimos gritos da multidão.

Descemos então à calorosa gruta
Do nosso ponto d'encontro francês,
Clássico, contemporâneo em disputa,
Ao som do rock perdemos a timidez.

No meu fogoso peito alvinegro
Sentiste a força do meu pulsar,
No ouvido pousei-te um segredo,
Que está ainda... por revelar.

Banhados na embriaguez dos sentidos,
Resvalavam os nossos pensamentos,
Foram rompantes, irreflectidos
E libertaram-nos nossos intentos.

Pousei a mão no teu dorso,
Ou pousaste a tua no meu.
Ainda que turvo, faço esforço
De recordar como aconteceu.

Nossos lábios estavam prometidos,
Destinados a uma dança final.
Nossos corpos compelidos
A viver algo especial.

2 comentários:

Anónimo disse...

Uma leitura que nos leva numa viagem de sentimentos...Um despertar de emoções...Emoções fortes... Umas vividas outras imaginadas...Parabéns por tanto talento.Gostei!

Garcez disse...

Muito bom, escrito com coração...

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