Briseis II

Perfumais e arrebatais
Ai, Doce Briseis!
Na luta, vós continuais
E no ambiente da mentira vós entrareis.

Nesse doce olhar vós me acustomais
Com amargo cansaço vos escrevo,
Quando será, que em mim vós reparais
Nesta minha também posição de enlevo?

Trazeis silêncio em vosso falar,
Trazeis tristeza em vossas justificações,
Haverá sido um singelo palpitar?
Ou enfeitiçadas, perenes conclusões?


Oceanus

Os Versos que Te Fiz

Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem p'ra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim p'ra te oferecer.

Têm dolências de veludos caros,
São como sedas brancas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos p'ra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!

Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E, nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!


Florbela Espanca

La Dolly Vita

© The Smashing Pumpkins

Eden I

De volta ao jardim da beleza,
Onde a obra teve o seu início,
Lugar de alegria e de pureza,
Sítio que se tornou um vício.

Pensamentos percorrem seus caminhos,
Ladeados na botânica circundante,
Acompanhados caminham sozinhos,
Rumo a um presente tão distante.

Com chilreares as palavras surgem,
E o conto foi ganhando forma,
Com a brisa as folhas sorriem,
Qual metamorfose que nos transforma.

Briseis

Parai e pensai, doce Briseis.
Não vedes que vosso ramo foi longe demais?
Não existe sonho dos quais vós não entrareis.
Pois vós sóis o tesouro do nosso cais.

Vós não sóis Criseis.
No inicio bebia-se sumo de fruta.
Sem ter noção do que vos anceia.
E que fui eu que vos raptei durante a luta.

São os Ateus, entre os mortais.
Embora a tenha conquistado pela lança
São quem leva tudo e nada mais.
Mas na volta quem espera sempre alcança


Oceanus

Sweet Disposition

© The Temper Trap

Vila Real

Ornada de tantas galas,
Oh! abram alas;
Uma princesa.
É filha de um rei troveiro,
Sonho primeiro
D´aurea beleza.
O nome cheio de encanto,
Que eu amo tanto,
Também o diz:
Real d´aspecto e de graça
A sorrir para quem passa,
A filha de D.Dinis.

Teus filhos, linda princesa,
Tua nobreza
sempre te herdaram,
E nos campos de batalha
Nunca á metralha
Costas voltaram;
É ver o bravo Araújo
E aquele marujo
Diogo Cão...
Pelotas e Alves Roçadas
Brandiram suas esposas
A lutar por teu brasão.

À tua sombra descansa,
Deposta a lanças,
Bravo «Espadeiro»;
Ai! guardas em um jazigo
O grande amigo
Do Rei primeiro!
A tuas santa madrinha
Foi rainha
Santa imortal,
Que, num sorriso de amor,
Te converteu numa flor
Do jardim de Portugal!

Vila Real
Oh! que linda és!
Tens o Corgo aos pés
Em adoração!
Vila Real,
Como és gentil
Canta-te o Cabril
Beija-te o Marão!
Vila Real, Vila Real, VilaReal!...


Monsenhor Ângelo do Carmo Minhava

A Letra C

Seguindo distraídos para quem vê,
Aquilo que não quer ver nem saber,
Perdidos pela fome do querer,
Assim se regem, os meandros da letra C.

Anda assim o ser erguido,
Por tudo desconhecer,
Ele caminha distraído,
Sem saber o que lhe foi acontecer.

Muda o desejo, muda a vontade,
Com um simples acrescentar de letra,
Troca a bandeira sem piedade,
Passa de branca para preta.


Iustitia

Melodia

Tenho saudades do murmúrio,
Que me segredaste ao ouvido,
Foi um brilhante prelúdio,
O tesouro por mim merecido.

Foi no dia em que o rei partiu,
Que escalei a montanha,
A minha bandeira subiu,
Qual sensação que se entranha.

Jamais esquecerei o abraço,
Nossos braços foram o laço,
Que me guia em tudo que faço.

Baby

© Bad Company

Muito

Ele voltou a falhar,
Só porque deixou de acreditar.
Ele não viu um indício,
Viu-se perante um precipício.
Só precisa de segurança,
Para manter acesa, a chama da esperança.
Bastaria uma palavra sorridente,
Para atenuar o sufoco latente.
Seria o sentir-se seguro,
Para mostrar o sentimento mais puro.
Ele teme não ser entendido,
Ele é triste e arrependido.
Ele é só, e está a sofrer,
A única coisa que quer é morrer.

90+6

Hoje será mais um dia,
Em que engolimos o asfalto,
Chegaremos com a luz do dia
Para tentar, um novo assalto.

Ainda que o sol não sorria,
Não acredito no negro arauto.
Com as cautelas que me dizia,
Nem por isso me tornei cauto.

Assim espero ter a magia,
E conquistar mais este ressalto,
Eu já disse o que faria,
Sem problema ou sobressalto.

Hasta la Victoria

Fala aquele que quer acreditar,
Diz o crente que não pára de pensar.
Foi belo o tempo doutrora
Luta enfrentamos sempre... agora.
Já não haverá muito a inventar,
Não há chocolate ou doce d'amora
Para sublime destreza ofertar
O tempo irascível com a sua demora.
No topo do céu jamais irá parar,
No fundo do monte vive para reconquistar,
O paradigma de seu nome, amar.

© Rebelo da Costa