Cume

Melhor do que esta sensação bela,
Doce, com toda a força te digo:
Sou eu de braços abertos na tela,
A enamorar-me perdidamente contigo.

É acolher-te no meu peito marcado.
O cabelo acariciar-te com ternura.
Deixar “Bom dia Precious” num recado,
Após acordar dizer “Xau! És Tu, Doçura!”

É regular a nossa temperatura,
Adormecer todo babado,
Por tua causa, Minha Loucura.

Ariel

Sem o dom do Poeta, te direi em verdade
E em nome dos que mostraste compreender
Daqueles que vêem além da mediocridade
Dos que não se resignam a sobreviver

És prova de como o tempo é relativo afinal
E não são longos todos os cabelos de sereia
A tua emoção naquela noite monumental
Valeu bem mais que mil palavras na areia

Tens genuíno estampado no rosto
Não fosse um anjo teu homónimo
Obrigado pelo bom gosto
E por não seres dos que assinam anónimo

O Mar não é de quem o navega
Mas de quem a ele se entrega
Sê bem-vinda e desfruta cara colega


Carlos Gomes

O rebanho sente a tua falta...

O Porquê

Não entendes? Então passo a explicar,
A primeira será a tua forma peculiar de andar.
É o teu olhar, o teu dentinho,
O teu sorriso, mas que miminho.
Esse cabelo, de qualquer forma,
Esse teu jeito que me transforma!
A maneira com que ajeitas as calças,
A forma com que as mãos posicionas,
O espectáculo que vejo quando te descalças,
São algumas das coisas com que me impressionas.
São as coisas que não gostas que refira,
É esse doce aroma que de ti transpira!
As bolinhas que na boca fazes com saliva,
Os dias que para mim és mais permissiva,
São as músicas que para mim escolhes
A delícia que acontece quando os ombros encolhes.
A forma como pousas a cabeça,
As tuas constantes indecisões,
A autoridade que usas para que não me esqueça,
Ou até as tuas injustificáveis explosões.
E a carinha, essa é inevitável,
Não há a mínima hipótese, inexpugnável!
E muito mais tenho para te dizer,
Guardo p’ra depois, não pára de acontecer…

Caracóis

© Amália Rodrigues

Pecado

Como pude cometer tal falha,
Como pude errar desta maneira.
Ocultar o que por mim se espalha,
Desta forma brutal e sobranceira.

Não entendo como tal aconteceu,
Como fui capaz de tal atrocidade.
Não revelar o que em mim nasceu,
Não confessar toda a verdade!

Agora sinto que quase pereci,
Esse é o castigo que mereço,
Por não dizer o quanto gosto de Ti!

Grande

Este será para os velhos do Restelo,
Será para quem acredita no Adamastor,
É para os lobos que de ovelha vestem pelo,
Para quem no seu intimo, se sente inferior.

O mais cego é aquele que não vê,
Aquele que se sacia com um bricabraque.
Não tem palato para gourmet,
Satisfaz-se com 5 minutos de Fnac.

E se ainda persistir a duvida, despertem,
A cultura não é para os que dormem,
É apenas para os poucos, que realmente a sentem.

Vira as costas ao infame, quando sussurra aos teus ouvidos: "Para que te hás-de meter em complicações?"

Josemaría Escrivá

Diferente

Agora conto noutro registo,
Falo de forma livre e espontânea.
Nunca será claro ou especifico,
Contar ao mundo o que se passa.
A letargia que os céus consome,
A angustia perturbadora e deslumbrante,
A sensação de dor que faminta absorve,
O mais belo céu, o mais horrível quadro.
Remédio que apaga, mas será exigente,
Uma demanda um pouco transcendental.
E nesta saga eu me despisto,
Perco-me na arte contemporânea.
Palavra composta, com ou sem sufixo,
Tudo e mais alguma coisa. Convencer a massa!
Pechisbeques, nunca nos irão matar a fome,
Nesta promessa de um futuro radiante,
Um murro aparece, que tudo dissolve.
Não será o paraíso de um prado,
Será um sufoco para quem o sente,
Uma politica, fundamental!

Irónico

Curiosa esta incrível ironia;
Depois de atravessar o deserto,
Sentir a enorme agonia
De ter tudo longe, perto.

Pela tristeza me fico,
E recordo-me do "Nobre",
Não quero uma vida de rico,
E sobreviver, como pobre.

O que fazer confesso, não sei.
Nem sei encontrar as palavras
Sinceramente, nunca pensei...

Certeza II

Meu Amor, não sei porque não queres acreditar,
Em tudo aquilo que tenho para te dar.
Já te havia dito;
Acredita, de verdade. Não é um mito!
É uma certeza que não se cala,
Tão certa como o Alberto não ter uma única fala…
Verosímil. Mas que bela sensação.
Garantido, como o Paulo ser Frazão.
Dado adquirido, muito mais doce do que o mel,
Certinho, como eu confundir sempre, Joana e Ariel.
As coisas evoluem, e eu dou-te uma pista;
A bola não para de girar, o que antes foi moço, agora é artista!
Sentimento alto, em todo o seu esplendor,
Gigante, como o Lino a fazer de Doce Leonor.
Será verdade até ao cair do pano,
Seguro como Leandro ser para sempre Oceano.
Bela metamorfose imperecível,
Como os três que não deram a cara, executantes de alto nível!
Monumental, como o eterno ZiZou,
Gosto de ti, não há ninguém como Tu!

Muito Mais

Assim falamos do alto do pedestal,
Assim falamos do cume da montanha.
Dizem, roçamos fenomenal.
Aplausos, para tal façanha.

Noite longa, a Lua foi alta,
De braços abertos, discurso afinado.
Foi sentida a vossa falta,
Neste momento apaixonado.

E muito mais trago no peito,
E tenciono vos dizer,
Esta é uma estória, nunca pára de acontecer…

Brevemente - Certeza II

Rossi

Este é apenas e só para ti,
Mais alto que um grito. Madame Rossi!
A estória foi contada, passado, presente.
Perseverança, atitude, teu estado latente.

Saudades, balelas, não se passa,
Já te disse, não são para nós.
Gente como nós as mangas arregaça,
Canta a uma só voz!

E mais, desculpa, não te digo,
Apenas que muito me orgulha,
Poder dizer-me, teu Amigo…

© Rebelo da Costa