E(n)levo III

Tua larga passada imponente,
Chegada triunfal e inebriante,
Mostram que és, realmente,
O mais ilustre e importante.

Deixas então antever,
Que em tudo, és especial,
Julgo no íntimo de meu ser,
Que apenas tu, poderás ser O Tal.

Pujante Líder da resistência
Seguir-te-emos com abnegação,
Tens tu, toda a magnificência
De nos comandar, nobre Capitão.

Meu marinheiro, Eanes do meu bojador,
Meu amigo, brilhante administrador,
Confesso, à primeira vista… foi amor.

Eterno Rei

A Beleza

© The Divine Comedy


A beleza não se explica,
Não se pode quantificar,
É algo que se intensifica,
Como o tempo e seu vagar.

Tão bela nos entranha,
Tal a valsa, tal emoção,
Deixa de ser estranha,
A brutalidade do coração...

Um fervilhar de ideias;
Um fervilhar d'emoções;
Um fervilhar nas veias;
Repletas de ilusões...

A beleza não é exprimível...
É algo brutal, demente,
Uma demanda irreversível,
É inevitavelmente... inconsciente

Beleza, algo que inunda
Que nos faz flutuar,
Algo que nos afunda,
Que não se pode... explicar.

Sub-orbital

Sobe um vazio foguetão,
Repleto em intensidade,
Carente de emoção,
Têmpera e veracidade.
Viajando entre o véu
Da brutal adversidade,
Gorará sempre o céu
Aos pés, da iniquidade.
Reflicta então em seu ser,
E momentânea sobriedade,
Difícil será compreender
O mundo e sua, inexorabilidade.


Viriato Vaz

Soneto Terceiro

De volta aos sonetos
Poesia abandonada
Claro está, esqueletos
Literatura fossilizada

Parecem inacabados
Incompletos versos
Sugerem-se adulterados
Hoje vivem submersos

Serão todos gravados
Ainda que controversos
No final, perpetuados

© Rebelo da Costa