Salve o Rei

Por alguns de Ridículo chamado
Não é maldade, é pura amizade
Por todos com salvas aclamado
Por onde passa deixa saudade

Obrigado p'lo E(n)levo, ó grande Poeta
Seja o primeiro, ou o segundo
Uma coisa te digo, é mais que certa
Vale tudo a pena p'ra ver sorrir o Mundo

Viva a ti, ó nobre Mosqueteiro
Que fazes da pena tua fiel espada
Na busca do ouro nos levaste marinheiro
Voámos mais alto, bravo camarada!

E aqueles que um dia te viram partir
P'ra lá dos montes do nevoeiro cerrado
P'lo Eterno Rei anseiam sem retrair
Naquele que é o teu, o Reino Encantado


Carlos Gomes

E(n)levo II

Guardo ainda a mitica caça ao tesouro,
Uso palavras tuas,te digo em verdade;
Tu que me ajudas-te no Êxtase do Ouro,
Tu que me causas, tanta saudade...

Sim eu sei, tenho-me mantido calado,
Mas hoje canto para ti, é o teu dia,
Enorme, mais uma vez recordado,
Sejam muitos, eternos, plenos d'alegria!

Entendo todas as horas por dormir,
Gostas d'ofertar,a tua essência;
Somente para nos fazer sorrir,
E(n)levo a tua elegância e sapiência.

Estaremos perto do céu, pelos anjos tocados,
Entrarenmos expectantes, sairemos deliciados,
Em vésperas do Valentim, O dos namorados.

Terça 23, Outrora 26

Há dois anos já não fazia poesia. "Até Logo" seria o último.

Há dois anos estava ocupado, não, estávamos ocupados... Estávamos, muito; guarda-roupa, diálogos, cenários, músicas, vídeos, expectativas, sonhos, crenças, timmings, sensações, coreografias, bricolages e amor, muito, muito amor.

Há dois anos um estava doente, não, estávamos doentes, e por semanas. Estávamos com fome, com sono, cansados, exaustos, desesperados, ansiosos, irritados e confiantes.

Há dois anos um não sabia as únicas 5 linhas que teria de dizer, não, não sabíamos as 5 linhas dele, e por muita confiança demonstrada, tivemos de as gravar em áudio apenas... mais tarde, ninguém as ouviu...

Há dois anos um não reconhecia que o seu trabalho era demasiado, não, não reconhecíamos e... mais tarde, acabámos por ser vários a resolver a jóia da coroa.

Há dois anos discutimos, sim, e muito, foram maiúsculas, minúsculas, escalonamentos, revisões, directrizes e resoluções.

Há dois anos um estava preocupado não com um, mas dois papéis, não, estávamos, mas no final mesmo com 42 de febre, fomos imaculados.

Há dois anos não sabíamos o quão mal estávamos, soubemos no suposto geral (o efectivo foi o próprio espectáculo). Não sabíamos ainda, que teríamos de ter um ponto (e que ponto!) não sabíamos que tínhamos de mudar quase todo o planeamento, não sabíamos que iríamos cortar 20 minutos e que seria melhor cortar ainda mais 20.

Há dois anos um não sabia se triunfaria, não, não sabíamos, mesmo que a resposta estivesse escondida nas belas palavras da bela ária Nessum Dorma tão meticulosamente escolhida.

Há dois anos um só queria ver vídeos e músicas irrelevantes, não, só queríamos ver e ouvir coisas que seriam, e muito fundamentais.

Há dois anos um fez magia com um portátil, não, nós viríamos a fazer feitiços e mesmo a poucas horas de a cortina subir.

Há dois anos quase esgotámos as beverages do Elefante, sim, nós!!!!

Há dois anos já não tínhamos força para arrumar, para cuidados, não tínhamos tempo a perder...

Há dois anos sonhava, não, sonhávamos, lutávamos por ser felizes.

Há dois anos viríamos a ser capazes, sim... todos nós. Ah, há dois anos...

Há dois anos parece que foi ontem;

Há dois anos já foi há uma eternidade;

Há dois anos já passou;

Há dois anos será Terça 23;

Há dois anos Outrora 26; O meu Natal, não, o nosso Natal foi e é em Outubro, quando a família se reúne.

Há dois anos orgulhoso, não, orgulhosos há dois anos, orgulhosos Terça 23, Outrora 26.

Isto

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!


Fernando Pessoa

Pastorini II - Ensaio

Assim eu dou mais um cheirinho,
A ti que te afundas num trintão.
Assim te mando o meu carinho,
A ti que abundas de coração.

Eden II

Molhando o bico eles voavam,
Docemente beijando o copo dourado,
Friamente as pedras rogavam,
Um futuro em tudo inacabado.

Foram dias, horas, minutos,segundos,
Foram rios de pura ilusão,
Foram coitos d'amores profundos;
Amargos tempos que já lá vão.

Na calçada assim descobri,
Que finalmente encontrei.
Apesar do que sofri,
No final sim, triunfei!

Ode ao Ricardo Sousa

Aqui ponho o laço neste embrulho,
Ofereço-o a Ti, Ó do gostoso estadulho.
Assim cumpro o que tinha assumido,
Conto nestas palavras o que te havia prometido.

Sabendo que não gostas de escaramu(t)cho,
Tenho cuidado em tudo isto que faço,
Aproveito para enviar um abraço ao Bu(t)cho,
E outro para o Gajo do Braço!

Sei também que não aprecias correi(t)chada,
Por isso magico esta poesia orquestrada,
E mando um beijo à Nanda à volta das panelas,
A ela e às duas Danielas!

Agora que estou quase a acabar,
Peço-te que esperes mais um vuco,
Calma, já vamos todos cantar,
Faltava só o abraço ao Youcko.

Tsamina mina eh eh,
Waka waka eh eh
Tsamina mina
Zangalewa

© Rebelo da Costa