Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.
Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.
Fernando Pessoa
E(n)levo
Importante e erudito, deveras,
De passo apressado e dedos a estalar,
Ele traz nos olhos o brilho das quimeras,
A atitude dos que jamais se irão resignar.
Por sonhar que o céu não conhece tecto,
Prontamente mostrou ser sui generis,
Como poucos inculca a doutrina do afecto,
De curtos ou longos, é o homem dos perfis.
Assim continua a sua caminhada,
Pois o leito segue o seu rumo natural,
A sua valsa será para sempre lembrada,
De entre todas seguramente, a mais especial.
A ti, que tão bem comandas o navio,
Te desejo um futuro belo e luzidio,
E por muitos anos apagues este pavio.
De passo apressado e dedos a estalar,
Ele traz nos olhos o brilho das quimeras,
A atitude dos que jamais se irão resignar.
Por sonhar que o céu não conhece tecto,
Prontamente mostrou ser sui generis,
Como poucos inculca a doutrina do afecto,
De curtos ou longos, é o homem dos perfis.
Assim continua a sua caminhada,
Pois o leito segue o seu rumo natural,
A sua valsa será para sempre lembrada,
De entre todas seguramente, a mais especial.
A ti, que tão bem comandas o navio,
Te desejo um futuro belo e luzidio,
E por muitos anos apagues este pavio.
Desfolhada Portuguesa
Corpo de linho
lábios de mosto
meu corpo lindo
meu fogo posto.
Eira de milho
luar de Agosto
quem faz um filho
fá-lo por gosto.
É milho-rei
milho vermelho
cravo de carne
bago de amor
filho de um rei
que sendo velho
volta a nascer
quando há calor.
Minha palavra dita à luz do sol nascente
meu madrigal de madrugada
amor amor amor amor amor presente
em cada espiga desfolhada.
Minha raiz de pinho verde
meu céu azul tocando a serra
oh minha água e minha sede
oh mar ao sul da minha terra.
É trigo loiro
é além tejo
o meu país
neste momento
o sol o queima
o vento o beija
seara louca em movimento.
Minha palavra dita à luz do sol nascente
meu madrigal de madrugada
amor amor amor amor amor presente
em cada espiga desfolhada.
Olhos de amêndoa
cisterna escura
onde se alpendra
a desventura.
Moira escondida
moira encantada
lenda perdida
lenda encontrada.
Oh minha terra
minha aventura
casca de noz
desamparada.
Oh minha terra
minha lonjura
por mim perdida
por mim achada.
Ary dos Santos
lábios de mosto
meu corpo lindo
meu fogo posto.
Eira de milho
luar de Agosto
quem faz um filho
fá-lo por gosto.
É milho-rei
milho vermelho
cravo de carne
bago de amor
filho de um rei
que sendo velho
volta a nascer
quando há calor.
Minha palavra dita à luz do sol nascente
meu madrigal de madrugada
amor amor amor amor amor presente
em cada espiga desfolhada.
Minha raiz de pinho verde
meu céu azul tocando a serra
oh minha água e minha sede
oh mar ao sul da minha terra.
É trigo loiro
é além tejo
o meu país
neste momento
o sol o queima
o vento o beija
seara louca em movimento.
Minha palavra dita à luz do sol nascente
meu madrigal de madrugada
amor amor amor amor amor presente
em cada espiga desfolhada.
Olhos de amêndoa
cisterna escura
onde se alpendra
a desventura.
Moira escondida
moira encantada
lenda perdida
lenda encontrada.
Oh minha terra
minha aventura
casca de noz
desamparada.
Oh minha terra
minha lonjura
por mim perdida
por mim achada.
Ary dos Santos
Fssshhhhhhhhh
Sigo na frente com a minha bandeira,
Deliciado a levo a qualquer parte,
Desfilamos, os dois, na passadeira,
De tão nobre, faz o nosso baluarte.
No meio, um, traz o clarinete,
O do bombo e o que espreme o metal,
Eles deliciam como um covilhete,
Nesta melodia transcendental.
Ao fundo, ouço o lanço de mais um foguete,
Sobe lá alto, de bela explosão,
Finaliza assim este ramalhete,
Este sentimento de imensidão.
Seguimos então de forma sobranceira,
Este caminho de obra d'arte,
Exulto por esta renascida fogueira,
Que completa o brasão do meu estandarte.
Pommm!!!!
Giga giga giga
POMMMMM
POMMMMM
POMMMMM
Giga giga giga
POMMMMM
POMMMMM
POMMMMM
Deliciado a levo a qualquer parte,
Desfilamos, os dois, na passadeira,
De tão nobre, faz o nosso baluarte.
No meio, um, traz o clarinete,
O do bombo e o que espreme o metal,
Eles deliciam como um covilhete,
Nesta melodia transcendental.
Ao fundo, ouço o lanço de mais um foguete,
Sobe lá alto, de bela explosão,
Finaliza assim este ramalhete,
Este sentimento de imensidão.
Seguimos então de forma sobranceira,
Este caminho de obra d'arte,
Exulto por esta renascida fogueira,
Que completa o brasão do meu estandarte.
Pommm!!!!
Giga giga giga
POMMMMM
POMMMMM
POMMMMM
Giga giga giga
POMMMMM
POMMMMM
POMMMMM
© Rebelo da Costa