© Nat King Cole
Minha Quinta Sinfonia
Quando me lembro quem eras
Desse corpo que foi nosso
Desse amor que não deu certo
Era o tempo das quimeras
Das palavras em silêncio
Quando o mais longe era perto
Tinhas nos olhos a esperança
Os desejos de aventura
As ilusões que eram minhas
Nos momentos de ternura
Tinhas os seios a graça
Das primaveras que tinhas
E foste a música que em mim ficou
Quando a distância nos fez separar
Ando louco para te encontrar
Foste a quinta sinfonia
Fuga da nossa verdade
Sonata tocada em mim
Foste o meu sol afinado
Neste samba de saudade
Vinicius, Nara e Jobim
Foste verso de balada
Foste pintura abstrata
Meu bolero de Ravel
Foste música sonhada
Numa canção de Sinatra
Com um poema de Brel
E foste a música que em mim ficou
Quando a distância nos fez separar
Ando louco para te encontrar
Foste estrela de cinema
Minha dama de Xangai
Hiroxima meu amor
A minha grande ilusão
Eras fúria de viver
Quanto mais quente melhor
Grande amor da minha vida
Senso, silêncio, paixão
Buñuel, Fellini, Troffaut
Foste luzes da ribalta
Música no coração
E tudo o vento levou
E és ainda o que me faz sentir
Dentro da vida p'ra te cantar
Ando louco para te encontrar
Para te encontrar....
Paco Bandeira
Desse corpo que foi nosso
Desse amor que não deu certo
Era o tempo das quimeras
Das palavras em silêncio
Quando o mais longe era perto
Tinhas nos olhos a esperança
Os desejos de aventura
As ilusões que eram minhas
Nos momentos de ternura
Tinhas os seios a graça
Das primaveras que tinhas
E foste a música que em mim ficou
Quando a distância nos fez separar
Ando louco para te encontrar
Foste a quinta sinfonia
Fuga da nossa verdade
Sonata tocada em mim
Foste o meu sol afinado
Neste samba de saudade
Vinicius, Nara e Jobim
Foste verso de balada
Foste pintura abstrata
Meu bolero de Ravel
Foste música sonhada
Numa canção de Sinatra
Com um poema de Brel
E foste a música que em mim ficou
Quando a distância nos fez separar
Ando louco para te encontrar
Foste estrela de cinema
Minha dama de Xangai
Hiroxima meu amor
A minha grande ilusão
Eras fúria de viver
Quanto mais quente melhor
Grande amor da minha vida
Senso, silêncio, paixão
Buñuel, Fellini, Troffaut
Foste luzes da ribalta
Música no coração
E tudo o vento levou
E és ainda o que me faz sentir
Dentro da vida p'ra te cantar
Ando louco para te encontrar
Para te encontrar....
Paco Bandeira
1
Há 1 nasceu o espelho da estória
A cada virar de página, outra festa
Brasão do Reino e da eterna glória
D’O Sonho é tudo o que nos resta
Sítio sem pátria, mas com bandeira
Cor da alegria em tons de amor
Acolhe todos de igual maneira
De braços abertos com fervor
Ser requintado, alimenta-se de excelência
Encontra sustento nas memórias encantadas
Seja em dias de júbilo ou de turbulência
É o ponto de encontro dos camaradas
Há 1 nasceu o meu, o teu, o nosso diário
Onde se perpetua a doutrina, o santuário
Parabéns pelo primeiro, feliz aniversário
Carlos Gomes
A cada virar de página, outra festa
Brasão do Reino e da eterna glória
D’O Sonho é tudo o que nos resta
Sítio sem pátria, mas com bandeira
Cor da alegria em tons de amor
Acolhe todos de igual maneira
De braços abertos com fervor
Ser requintado, alimenta-se de excelência
Encontra sustento nas memórias encantadas
Seja em dias de júbilo ou de turbulência
É o ponto de encontro dos camaradas
Há 1 nasceu o meu, o teu, o nosso diário
Onde se perpetua a doutrina, o santuário
Parabéns pelo primeiro, feliz aniversário
Carlos Gomes
Certeza III
Meu Amor, agora que acreditas em mim,
Provar-te-ei que esta estória é sem fim.
Acredita, ela não é uma miragem,
É certinha, como o Vato e Ansky não terem coragem.
Imponente, o maior de todos os amores,
Tão real, como o Leandro não entender de processadores.
É uma garantia que te posso dar agora,
Verdadeira, como a Loira a trepar paredes ao chegar a hora.
Majestoso este sentimento, meu Amor,
Delicioso, como a tatoo encostada aos slipes do nosso Pastor.
Sentimento crescente, e nos teus olhos eu noto,
É uma certeza, como o Dirty posar para qualquer foto.
O verdadeiro motivo de tudo o que faço,
Garantido, como o Rei Branco ser o maior Palhaço.
Assim, sabes, que é teu o meu coração,
Uma realidade, como Baixinho ser sinónimo de Cabrão.
E te garanto, será para toda a nossa vida,
Tão simples, como o Chewie aspirar qualquer comida.
A maior das certezas, digo com todo o fervor,
És tudo o que quero, minha Doce Leonor.
Provar-te-ei que esta estória é sem fim.
Acredita, ela não é uma miragem,
É certinha, como o Vato e Ansky não terem coragem.
Imponente, o maior de todos os amores,
Tão real, como o Leandro não entender de processadores.
É uma garantia que te posso dar agora,
Verdadeira, como a Loira a trepar paredes ao chegar a hora.
Majestoso este sentimento, meu Amor,
Delicioso, como a tatoo encostada aos slipes do nosso Pastor.
Sentimento crescente, e nos teus olhos eu noto,
É uma certeza, como o Dirty posar para qualquer foto.
O verdadeiro motivo de tudo o que faço,
Garantido, como o Rei Branco ser o maior Palhaço.
Assim, sabes, que é teu o meu coração,
Uma realidade, como Baixinho ser sinónimo de Cabrão.
E te garanto, será para toda a nossa vida,
Tão simples, como o Chewie aspirar qualquer comida.
A maior das certezas, digo com todo o fervor,
És tudo o que quero, minha Doce Leonor.
Respira
O ar é um fogo que me consome,
É uma chama que me congela,
Uma brasa que não mata a fome,
É um pavio que não tem vela.
O ar é agua que não me molha,
É um vento que me enterra,
Um livro que não tem folha,
É um óleo que me emperra.
O ar em nada é meu amigo,
É apenas ele que me mantém vivo,
De todos o meu pior castigo.
É uma chama que me congela,
Uma brasa que não mata a fome,
É um pavio que não tem vela.
O ar é agua que não me molha,
É um vento que me enterra,
Um livro que não tem folha,
É um óleo que me emperra.
O ar em nada é meu amigo,
É apenas ele que me mantém vivo,
De todos o meu pior castigo.
Soneto Segundo
Pediste-me para falar d'alegria;
E nestas palavras tentarei fazer,
Serás o meu jarro de sangria,
Que meu copo jamais parará d'encher.
Se pela tristeza é mais fácil exprimir,
Este sentimento assombroso que m'ataca,
Meu ser apenas anseia ver-te sorrir,
Qual limpo deslizar duma faca.
És a que invade esta casa,
Aquela que emerge tão doce;
Qual bela e saborosa Ragazza,
Que o irónico vento me trouxe.
E nestas palavras tentarei fazer,
Serás o meu jarro de sangria,
Que meu copo jamais parará d'encher.
Se pela tristeza é mais fácil exprimir,
Este sentimento assombroso que m'ataca,
Meu ser apenas anseia ver-te sorrir,
Qual limpo deslizar duma faca.
És a que invade esta casa,
Aquela que emerge tão doce;
Qual bela e saborosa Ragazza,
Que o irónico vento me trouxe.
Engalanai-vos Ó Vila
Acordai mulher! Emperiquitai a sala,
Ponde ramos às janelas, hoje é dia de gala.
Finalmente usareis o vosso berloque,
Ireis tirar do baú, os tafetás,
Rápido! Está prestes a dar o toque,
Ela vai passar, dos Montes p’ra trás.
Com cuidado, engomai ao marido o fato,
Vende onde embeleza o pingente,
Na parede, endireitai o retrato,
Mostrai-vos bela e sorridente.
Ao centro, não esqueceis, fica a vela.
Ela não chegará de carruagem, mas de leão,
Aprumai-vos, ireis receber de todas, a mais bela,
Aquela que é dona do meu coração.
Trazei o casaco. Sim! O de fazenda,
No vestido subi, e debruai a bainha,
Sim, usai aquele bonito de renda!
Engalanai-vos Ó Vila, hoje chega a vossa Rainha.
Ponde ramos às janelas, hoje é dia de gala.
Finalmente usareis o vosso berloque,
Ireis tirar do baú, os tafetás,
Rápido! Está prestes a dar o toque,
Ela vai passar, dos Montes p’ra trás.
Com cuidado, engomai ao marido o fato,
Vende onde embeleza o pingente,
Na parede, endireitai o retrato,
Mostrai-vos bela e sorridente.
Ao centro, não esqueceis, fica a vela.
Ela não chegará de carruagem, mas de leão,
Aprumai-vos, ireis receber de todas, a mais bela,
Aquela que é dona do meu coração.
Trazei o casaco. Sim! O de fazenda,
No vestido subi, e debruai a bainha,
Sim, usai aquele bonito de renda!
Engalanai-vos Ó Vila, hoje chega a vossa Rainha.
À Beleza
Não tens corpo, nem pátria, nem família,
Não te curvas ao jugo dos tiranos.
Não tens preço na terra dos humanos,
Nem o tempo te rói.
És a essência dos anos,
O que vem e o que foi.
És a carne dos deuses,
O sorriso das pedras,
E a candura do instinto.
És aquele alimento
De quem, farto de pão, anda faminto.
És a graça da vida em toda a parte,
Ou em arte,
Ou em simples verdade.
És o cravo vermelho,
Ou a moça no espelho,
Que depois de te ver se persuade.
És um verso perfeito
Que traz consigo a força do que diz.
És o jeito
Que tem, antes de mestre, o aprendiz.
És a beleza, enfim. És o teu nome.
Um milagre, uma luz, uma harmonia,
Uma linha sem traço...
Mas sem corpo, sem pátria e sem família,
Tudo repousa em paz no teu regaço.
Miguel Torga
Não te curvas ao jugo dos tiranos.
Não tens preço na terra dos humanos,
Nem o tempo te rói.
És a essência dos anos,
O que vem e o que foi.
És a carne dos deuses,
O sorriso das pedras,
E a candura do instinto.
És aquele alimento
De quem, farto de pão, anda faminto.
És a graça da vida em toda a parte,
Ou em arte,
Ou em simples verdade.
És o cravo vermelho,
Ou a moça no espelho,
Que depois de te ver se persuade.
És um verso perfeito
Que traz consigo a força do que diz.
És o jeito
Que tem, antes de mestre, o aprendiz.
És a beleza, enfim. És o teu nome.
Um milagre, uma luz, uma harmonia,
Uma linha sem traço...
Mas sem corpo, sem pátria e sem família,
Tudo repousa em paz no teu regaço.
Miguel Torga
O Mais Belo dos Nomes
Ao céu aponto os braços,
Com eles abertos, prontos para dar,
Mais que uma bela sensação,
Mais do que o acto de amar.
Tempestuosos foram, tempos doutrora,
Concretos se escrevem os actuais,
Certezas eu reconheço agora,
Os tempos de hoje, são descomunais.
Escuto e digo, a frase que fiz,
A mais bela, a mais linda,
A única que me faz feliz.
Com eles abertos, prontos para dar,
Mais que uma bela sensação,
Mais do que o acto de amar.
Tempestuosos foram, tempos doutrora,
Concretos se escrevem os actuais,
Certezas eu reconheço agora,
Os tempos de hoje, são descomunais.
Escuto e digo, a frase que fiz,
A mais bela, a mais linda,
A única que me faz feliz.
A Retirada
A retirada tem um sabor amargo,
Será de derrota, será de amargura.
Ou algo que dentro de mim trago,
Que não consegue conquistar tal loucura.
Continuo navegando na escuridão,
Continuo em batalhas secretas,
Rumo à apreensão,
De terras incertas.
Não julgueis a vida por sua beleza,
Nem acheis que vá desistir.
Algo já consegui conquistar de certeza,
Veremos se sou capaz de resistir.
Oceanus
Será de derrota, será de amargura.
Ou algo que dentro de mim trago,
Que não consegue conquistar tal loucura.
Continuo navegando na escuridão,
Continuo em batalhas secretas,
Rumo à apreensão,
De terras incertas.
Não julgueis a vida por sua beleza,
Nem acheis que vá desistir.
Algo já consegui conquistar de certeza,
Veremos se sou capaz de resistir.
Oceanus
Noite
O mundo perdeu o seu encanto.
As Montanhas juntam-se em pranto.
Vão escorrendo pelo precipício,
Sem fim, aguardo o solstício.
Um sol que sorri, mas de sarcasmo,
Prazeroso a oferecer solidão,
Envolvente nas estradas do marasmo,
Tão brilhante como o breu da escuridão.
A lua desapareceu, puro ilusionismo,
Levou tudo, deixou apenas imensidão
De não mais ter fim este abismo.
As Montanhas juntam-se em pranto.
Vão escorrendo pelo precipício,
Sem fim, aguardo o solstício.
Um sol que sorri, mas de sarcasmo,
Prazeroso a oferecer solidão,
Envolvente nas estradas do marasmo,
Tão brilhante como o breu da escuridão.
A lua desapareceu, puro ilusionismo,
Levou tudo, deixou apenas imensidão
De não mais ter fim este abismo.
© Rebelo da Costa